Muito atarefados

A saga da mudança de casa promete durar. Começámos aos poucos a encaixotar quase 7 anos de vida naquela casa. A coisa piora um bocado porque eu sou daquelas pessoas que guarda tudo. Sou agarrada às coisas, não no sentido apenas material mas naquilo que elas representam. E depois acho que qualquer coisinha pode vir a ser útil no futuro; aquele casaco de há 5 anos pode vir a usar-se daqui a outros 5, ou aquelas travessas ainda podem dar jeito...quase nunca isso se verifica mas quando se tem espaço, vai-se acumulando.

O problema é que chegou a hora da despedida e vou mesmo ter que me livrar dos monos e das inutilidades. Fazer a escolha não está a ser fácil e dou por mim com uma lagrimita no canto do olho ao ver ir para o lixo uma mesa que esteve abandonada a um canto da arrecadação. Vem-me à memória a ocasião em que a comprámos; foi num passeio a Vila Viçosa, terra de mármores e outras pedras. Lembro-me de a ter desenhado e de a termos ido buscar. Lembro-me depois, de a guardar na arrecadação quando, comandada pela ditadura das últimas tendências da decoração, deixou de estar na "moda" ter mesas em mármore.

E o que acontece com a mesa, acontece com o resto; tudo tem uma história, tudo tem um valor. Isto não vai ser fácil...