O Natal, o Natal...

Hoje vou aventurar-me sozinha no Vasco da Gama a fazer o resto das compras. Ou melhor o quase-resto porque fica sempre um presente ou outro mesmo para os últimos dias. Esta parte do Natal é uma tortura, é um desgaste enorme. Não só pelo dinheiro que se gasta, mas sobretudo pelo tempo que se perde e a canseira que é andar escada-acima, escada-abaixo, o entra e sai das lojas...

Gostava de ter uma perspectiva diferente do Natal, mas infelizmente não tenho. Se calhar por desvalorizar tanto o lado material da coisa, custa-me esta "obrigação" de dar presentes e o consumismo desenfreado. Principalmente porque, como se não bastassem as prendas para as crianças (que de facto as merecem) e os familiares mais chegados, há as dos outros adultos que por vezes são bem piores e mais materialistas que elas. Por mais que tente, é cada vez mais difícil fazer prevalecer o espírito da quadra sobre esta febre de consumo.

Ás vezes penso que a partir de uma certa idade, as pessoas passariam a estar isentas de receber presentes no Natal. Esta é a festa da família, obviamente, mas as crianças é que dão o verdadeiro encanto à época. Imaginem o seguinte: os presentes acabavam com a maioridade; chegávamos aos 18 anos e pronto, tirávamos a carta de condução e deixávamos de receber presentes no Natal! :) Nos aniversários sim, aí teríamos direito a um bom presente! Não era bem melhor? Assim sobrava-nos mais tempo e disponibilidade interior para valorizar aquilo que realmente importa; o verdadeiro espírito de Natal, a paz, o amor, a família, a união, etc. etc.

Todos os anos, estes sentimentos são recorrentes, mas como sempre acabo por me render e aderir. Enfim, é a velha história; já que não os posso vencer, junto-me a eles :) E a noite de 24 é novamente mágica. Mas convenhamos, chegamos a esta noite exaustos!