Mais a frio, há uma série de coisas que não podemos deixar de questionar e pensar.
Como é que se reage a uma coisa destas?
Como é que de uma felicidade desmedida se passa para uma tristeza tão profunda?
Como é que se aguenta o processo de dar à luz um filho que foi tão desejado e que se sabe morto?
Toda a gente sabe que há sempre o risco de alguma coisa correr mal, mas nunca esperamos que de facto aconteça. Pensamos muito na barreira das 12 semanas e relaxamos quando a ultrapassamos mas a verdade é que até às 40 semanas tudo pode acontecer. Já soubemos de tantas coisas parecidas na blogosfera, não é verdade? Se quando acontece com pessoas que acompanhamos e conhecemos virtualmente ficamos chocadas, quando é alguém de carne e osso e ainda por cima que nos é chegado, é muito doloroso.
Ainda na semana passada estivemos a "comparar" as barrigas e a trocar experiências, ideias, dicas, emoções... como é que vai ser agora, quando estivermos juntas e só eu tiver barriga? Como é que vou olhar para ela e ela para mim? O que se diz?
Estou desolada e certamente que irei viver a minha gravidez de outra forma. Se eu já era uma pessoa de certa forma contida e consciente, agora com toda a certeza irei andar com o coração nas mãos, sem euforias e com cada vez mais receios.
Não é justo.
4 Comentários:
realmente não é uma situação fácil.
nada posso fazer senão desejar-lhe muita força, que continue a acreditar e um dia de certeza vai ter a alegria de ser mãe.
Todas as gravidezes são de risco até ao parto. Temos uma falsa sensação de segurança, de controlo mas o que é certo é que não controlamos nada neste Mundo.
Sei como te deves sentir, que vai ser péssimo quando se encontrarem mas tenho a certeza que ela precisa mais do teu apoio do que do teu receio de a encarares. Liga-lhe, passem tempo juntas, chorem se for caso disso. Deitar para fora o que se sente é muito bom por mais que doa...
Um grande beijinho para as duas.
Acho que a única resposta é "rir com quem ri e chorar com quem chora".
Não é justo mesmo!
Acho que o melhor a fazer é seres sincera com ela, dizer-lhe o que sentes (como escreveste aqui) e, acima de tudo, ouvi-la e fazer-lhe companhia, dar-lhe ânimo. E compreender que tudo leva o seu tempo, principalmente numa situação como esta...
Eu nunca fico descansada durante a gravidez. Os três primeiros meses são os mais preocupantes, é certo, é científico, mas posteriormente também pode acontecer muita coisa menos agradável... Acho que a gravidez é para se ir vivendo dia-a-dia, com alegria mas sem euforias.
Mas não deixes de viver a tua gravidez... certamente a tua amiga não ia sentir-se confortável ao ver-te assim...
Beijocas!
Não consigo imaginar sequer essa dôr.
Mas o ano passado , na blogosfera, tive conhecimento de um caso como esse, mas às 36 semanas, se não estou em erro.
São medos que nos presseguem sempre durante a gravidez. Costumo dizer que só me sinto descansada quando a tiver nos meus braços depois do choro do nascimento.
beijinhos.
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